sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

      RECEITUÁRIO É PROBLEMA DE VIDA OU MORTE

João Evilázio Gomes

      Atenção, urgente! Temos que nos comunicar neste tom e entrar direto no assunto, pois a questão é de vida ou morte. Após a via-crucis para conseguir um atendimento médico, qualquer cidadão poderá deparar-se com outra situação mais delicada: atendentes de farmácia e farmacêuticos nem sempre compreendem o manuscrito das receitas. Para tentar decifrá-lo, eles procuram seguir as características dos traçados dos rabiscos. A situação se complica, quando o nome do medicamento tem semelhança com outro na grafia e na pronúncia; o fato se torna ainda mais grave quando a dúvida a respeito da caligrafia se dá em um domingo ou feriado ou, muito pior, à véspera de feriado prolongado, pois o médico, autor dos “garranchos”, pode não ser localizado para esclarecer sobre o que, realmente, prescreveu.
      E mais: além do texto da bula ser com letras em miniatura e a data de validade do remédio estar sempre quase que invisível, a dificuldade de entender uma receita deixa o enfermo, já fragilizado, numa situação de alto risco. Isso pode levá-lo à administração incorreta do medicamento, que, além do preço elevado, poderá até provocar efeito prejudicial ou fatal. A Vigilância Sanitária de Londrina, PR, já multou médicos por prescreverem receitas ilegíveis.
      Apesar dos avanços da medicina, se a classe médica permanecer surda diante da grita dos pacientes, qualquer pessoa, com a mais simples enfermidade, estará a cada dia mais distante da cura. O Código de Ética Médica proíbe ao médico receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível.       


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