terça-feira, 27 de setembro de 2011

CÂMARAS MUNICIPAIS: Vexames Legislativos

 João Evilázio Gomes                       
      A reportagem “A Câmara como ela é...” (EM, Política, 8/9/2011) narra a atuação vergonhosa dos vereadores de Belo Horizonte. Mas a extensa matéria tem uma dimensão maior e chama a atenção pela sua importância. Coincidência ou não, ela é o retrato quase fiel de uma série de vexames em sessões legislativas Brasil afora. É só verificar o que os vereadores aprontam em certas cidades. A Câmara de Barbacena, por exemplo, não escapou totalmente do conteúdo da reportagem. Teve de vestir a carapuça, mesmo. Nem adianta alguém fazer cara feia. Apelidada de “Gaiola das Loucas”, ela se enquadra exatamente em muitos pontos fortes da bem elaborada e apropriada matéria. Aliás, determinados parlamentares daqui são da mesma escola dos colegas da capital. Porém, distante da grande imprensa, geralmente, vereadores do interior do país são acostumados a não ser incomodados. Com isso, na ocorrência de abusos, os fatos podem ser ignorados por grande parte da população. Aqui, alguns representantes ainda se sentem intocáveis. Quando, raramente, contrariados, às vezes não recebem bem as críticas. São arrogantes. Outros, demagogos e de pouco trabalho, só mamam e contam lorotas. Mas já entraram, de novo, na corrida veloz para as próximas eleições. Insaciáveis, querem perpetuar-se no poder, sugando as tetas dos cofres públicos. Devem ser varridos.
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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

JUIZ

João Evilázio Gomes
      Importante refletir sobre a reportagem “Juiz ataca instituições em despacho” (Hoje em Dia, Política, 13/9/2011). O magistrado é Danilo Campos, de Montes Claros. Num despacho veemente, direto e corajoso, bateu de frente com as instituições, sacudiu as togas, mexeu com uma classe que facilmente se melindra, causou mal-estar numa grande parte da comunidade jurídica e poderá ter fisgado e tirado o sono de alguns poderosos e bacanas honrados que terão de prestar contas à Justiça.
      O jornal informa que o juiz acusou as instituições, principalmente as ligadas ao Judiciário, de responsáveis pela corrupção no país; a OAB, uma “pocilga”, e não limpa seu próprio terreiro. Suas denúncias ganham repercussão exatamente no momento em que, com o ronco dos tambores que explodem nas ruas, a população também resolveu declarar guerra contra a desmoralização que assola o país.
Os argumentos do magistrado não têm conteúdo individual. São em termos nacionais. Não se pode entender de outra forma. Mesmo assim, querem processá-lo. Foi considerado “desequilibrado”. Conforme os dicionários, o vocábulo significa louco, demente, alucinado, portador de anomalia psíquica, delírio e outros. Aí não caberia um duro processo?
      Injustamente, Campos poderá pagar preço alto por suas declarações.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

MARCHA DA MACONHA E O STF

João Evilázio Gomes
Enquanto instituições prestam serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso de drogas, o Supremo Tribunal Federal (STF), que já está com a imagem arranhada por algumas decisões preocupantes nos últimos tempos, recentemente, com uma visão embolada, e sem olhar a realidade do dependente químico, soltou as rédeas e foi além com outra determinação bombástica: liberou a marcha da maconha, incendiou uma polêmica, criou um redemoinho na cabeça da sociedade brasileira, gerando inquietação, insegurança, medo e incertezas. Os magistrados não quiseram entender de outra forma ou não conseguiram formar um raciocínio que permitisse desenvolver um encadeamento de argumentos com outra interpretação. Com essa filosofia, a decisão foi aplaudida até por renomados juristas, mas abriu um precedente fácil, perigoso e terrível. Ela pode estimular a explosão das marchas por outros temas maléficos, camuflados no direito de liberdade e expressão, e empurrar o país para o abismo.
Apologia ou não ao crime, por trás do barulho dos blocos da maconha, com aplausos de parte da imprensa corrupta, esconde uma silenciosa, triste e dura realidade: o interesse do narcotráfico (que parece comandar o esquema), crime equiparado aos hediondos e que desafia o Estado, fracassado. As manifestações podem influenciar mais crianças e adolescentes a aderir ao vício, argumentam alguns experientes juízes da infância e juventude. E, como explicar aos filhos que isso é errado, se o Supremo liberou a marcha? Será que os ministros do STF gostariam ver seus netos envolvidos com a erva?
Instituições religiosas, de saúde, educacionais, entidades de classe, ONGs, famílias inteiras, vítimas de entorpecentes, outros segmentos e pessoas que se opõem aos psicotrópicos, deveriam, urgente, promover uma gigantesca marcha antidrogas. Também, protestar, energicamente, contra o sistema precário de saúde, a lentidão da Justiça, a impunidade, a insegurança pública, os fichas sujas que continuam no poder, a corrupção, a criminalidade, inclusive no trânsito. Aliás, grande parte dos crimes e dos acidentes tem origem nas próprias drogas.
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quarta-feira, 27 de abril de 2011

SAÚDDE: o cidadão comum tem o direito de expressar sua angústia intensa

João Evilázio Gomes     
      Por causa de problemas respiratórios, sempre que necessário procurei o serviço de emergência do Hospital Ibiapaba. Mas em 9/4, com dispneia e bastante fragilizado, fui atendido no hospital entre 15h e 19h, aproximadamente.  Ao final da observação, senti muita falta de ar. Era um forte sinal de alerta. Mesmo assim, fui liberado, como se estivesse em condições de voltar para casa. Minutos depois, a piora foi inquestionável. Em estado crítico, numa corrida contra o tempo, fui parar no Pronto Atendimento do Hospital e Maternidade Isabel Cristina, onde fui bem atendido pela equipe de plantão e internado, imediatamente, por seis dias. Recuperei-me.
      Um destaque importante, no pequeno Isabel, faz uma grande diferença: a higiene impecável é uma verdadeira lição para certas referências que aterrorizam a população com o fantasma da infecção hospitalar.
      Barbacena, cidade polo regional, reclama a construção de mais hospitais. Isabel Cristina é um dos mais antigos da região. Passa por dificuldades e necessita de apoio. A população, principalmente a mais pobre, precisa muito dos seus serviços.
      Mas o Ibiapaba não pode ignorar o ocorrido e, simplesmente, transformar o grito de um cidadão comum apenas num mero desabafo. O doente tem o direito de expressar sua angústia intensa. A preocupação é que esse tipo de episódio esteja ocorrendo com pacientes mais simples do que nós e sem voz, mas que merecem ser respeitados como todo ser humano. Por isso, é preciso que a família do enfermo se cerque de cuidados e esteja vigilante. Quanto ao hospital, cabe apurar responsabilidades e minimizar as dores.
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