João Evilázio Gomes
Importante refletir sobre a reportagem “Juiz ataca instituições em despacho” (Hoje em Dia, Política, 13/9/2011). O magistrado é Danilo Campos, de Montes Claros. Num despacho veemente, direto e corajoso, bateu de frente com as instituições, sacudiu as togas, mexeu com uma classe que facilmente se melindra, causou mal-estar numa grande parte da comunidade jurídica e poderá ter fisgado e tirado o sono de alguns poderosos e bacanas honrados que terão de prestar contas à Justiça.
O jornal informa que o juiz acusou as instituições, principalmente as ligadas ao Judiciário, de responsáveis pela corrupção no país; a OAB, uma “pocilga”, e não limpa seu próprio terreiro. Suas denúncias ganham repercussão exatamente no momento em que, com o ronco dos tambores que explodem nas ruas, a população também resolveu declarar guerra contra a desmoralização que assola o país.
Os argumentos do magistrado não têm conteúdo individual. São em termos nacionais. Não se pode entender de outra forma. Mesmo assim, querem processá-lo. Foi considerado “desequilibrado”. Conforme os dicionários, o vocábulo significa louco, demente, alucinado, portador de anomalia psíquica, delírio e outros. Aí não caberia um duro processo?
Injustamente, Campos poderá pagar preço alto por suas declarações.
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