quarta-feira, 13 de julho de 2011

MARCHA DA MACONHA E O STF

João Evilázio Gomes
Enquanto instituições prestam serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso de drogas, o Supremo Tribunal Federal (STF), que já está com a imagem arranhada por algumas decisões preocupantes nos últimos tempos, recentemente, com uma visão embolada, e sem olhar a realidade do dependente químico, soltou as rédeas e foi além com outra determinação bombástica: liberou a marcha da maconha, incendiou uma polêmica, criou um redemoinho na cabeça da sociedade brasileira, gerando inquietação, insegurança, medo e incertezas. Os magistrados não quiseram entender de outra forma ou não conseguiram formar um raciocínio que permitisse desenvolver um encadeamento de argumentos com outra interpretação. Com essa filosofia, a decisão foi aplaudida até por renomados juristas, mas abriu um precedente fácil, perigoso e terrível. Ela pode estimular a explosão das marchas por outros temas maléficos, camuflados no direito de liberdade e expressão, e empurrar o país para o abismo.
Apologia ou não ao crime, por trás do barulho dos blocos da maconha, com aplausos de parte da imprensa corrupta, esconde uma silenciosa, triste e dura realidade: o interesse do narcotráfico (que parece comandar o esquema), crime equiparado aos hediondos e que desafia o Estado, fracassado. As manifestações podem influenciar mais crianças e adolescentes a aderir ao vício, argumentam alguns experientes juízes da infância e juventude. E, como explicar aos filhos que isso é errado, se o Supremo liberou a marcha? Será que os ministros do STF gostariam ver seus netos envolvidos com a erva?
Instituições religiosas, de saúde, educacionais, entidades de classe, ONGs, famílias inteiras, vítimas de entorpecentes, outros segmentos e pessoas que se opõem aos psicotrópicos, deveriam, urgente, promover uma gigantesca marcha antidrogas. Também, protestar, energicamente, contra o sistema precário de saúde, a lentidão da Justiça, a impunidade, a insegurança pública, os fichas sujas que continuam no poder, a corrupção, a criminalidade, inclusive no trânsito. Aliás, grande parte dos crimes e dos acidentes tem origem nas próprias drogas.
www.redatorjoaoevilazio.blogspot.com
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